Homeopatia é uma especialidade médica vitalista, sendo vitalismo a doutrina ou a filosofia que transcende às ciências físicas, químicas e biológicas atuais, ao admitir uma força ou energia vital, ou ainda, uma essência vital ou elã vital, na organização estrutural e funcional dos seres vivos. Nestas hipóteses de Venturelli, esse princípio vital é tratado como sendo uma função de onda neuropsicológica, adquirindo deste modo, um vínculo com a física e a química quântica, ou de um modo mais abrangente, com a mecânica quântica.
Correlatamente, o título desta obra faz referência também à abordagem teórica e prática das soluções homeopáticas inseridas na matemática da equação de Schrödinger, sobre a função de onda, em que uma mistura homogênea é tida como um sistema quântico semelhante à nuvem eletrônica de um sistema atômico, isso porque as partículas dispersas em uma solução estão abaixo de um nanômetro (ou dez angstrons) de diâmetro, o que propicia funções de onda na solução de entrelaçamento quântico do soluto ao solvente, sendo que o colapso dessas funções de onda é promovido pela energia vital de origem neuropsíquica.
Uma vez emaranhados na dispersão, o disperso e o dispersante formam um sistema singular, entrelaçado e individualizado, com propriedades medicinais ou curativas as quais poderão ser administradas ao paciente a ser tratado. O mesmo não acontece com rios, lagos, esgotos e etc., porque as dispersões homeopáticas apresentam volumes compatíveis com os compartimentos teciduais dos organismos vivos. Embora os oceanos possam ser importantes na memória coletiva da água, ainda assim, as ondas do mar não se manifestam, necessariamente, em um frasco de solução medicamentosa, pois as grandezas homeopáticas são citológicas e histológicas, mas não geográficas. Em outras palavras, as dispersões de esgotos, rios, lagos, mares e oceanos são dispersões de dimensões geográficas, enquanto que as soluções homeopáticas são dispersões de dimensões orgânicas.
1) Versão homeopática da equação de Schrödinger:
A partir da formulação matemática do cientista austríaco Erwin Schrödinger, as hipóteses de Venturelli idealizam a seguinte representação…
H Ψ = E Ψ
Onde: H = operador clínico ou homeopático da solução; Ψ = função de onda da solução (no primeiro fator da equação) e vetor de estado do soluto (no segundo fator da equação); E = energia associada ao observável clínico do soluto.
2) Espaço de Hilbert da neuropsicologia homeopática:
Seja um espaço vetorial complexo em que por um lado o eixo das abscissas, chamado de “x”, seja o id da teoria de Freud ou o inconsciente; enquanto que por outro lado o eixo das ordenadas, chamado de “y”, seja o superego da teoria de Freud ou o consciente; enquanto que o vetor “Ψ” da combinação linear entre “x” e “y” seja o ego da teoria de Freud ou o self da teoria de Jung, ou ainda, o pré-consciente ou subconsciente do ser pensante.
3) Espaço de Hilbert das soluções homeopáticas:
Seja um espaço vetorial complexo em que por um lado o eixo das abscissas, chamado de “x”, seja o vetor de estado do solvente; enquanto que por outro lado o eixo das ordenadas, chamado de “y”, seja o vetor de estado do soluto; enquanto que o vetor “Ψ” da combinação linear entre “x” e “y” seja a função de onda da solução homeopática, a qual está sujeita à ressonância com o pré-consciente ou subconsciente do médico homeopata.
4) Sinergia de memórias em ressonância mórfica:
A memória da água isoladamente, pela proposta de Jacques Benveniste, Luc Montagnier e Bernd Kröplin, embora não seja desprezível, é relativamente efêmera e tem um efeito medicamentoso discreto, de modo semelhante, a memória do médico isoladamente que atue sobre um solvente isolado, conforme a inferição de Masaru Emoto, sem a participação prévia de um soluto específico recentemente diluído e dinamizado, também tem uma ação farmacológica tênue, todavia, a sinergia entre a memória do médico e a memória da água, esta relativa a um soluto determinado, previamente diluído na solução atualizada pela dinamização, conforme os postulados de Samuel Hahnemann, ambas as memórias em ressonância entre si, têm efeito medicamentoso muito mais significativo.
Além disso, essa sinergia de memórias pode ser propagada por ressonância mórfica (pelos pressupostos de Rupert Sheldrake) entre médico, paciente e pessoal da farmácia, isto segundo estas hipóteses de Venturelli, que levam em consideração o biocentrismo de Robert Lanza, o modelo quântico de David Bohm e, paradoxalmente, o princípio da complementaridade (de Niels Bohr) incluído na interpretação de Copenhague, a qual teve contribuições de Wolfgang Pauli, Werner Heisenberg, Paul Dirac, Lise Meitner e Paul Ehrenfest, dentre outros. As hipóteses de Venturelli poderiam ser chamadas ainda de interpretação do Brasil, em alusão às ideias de Bohm (que além de americano também era brasileiro) e em analogia à interpretação de Copenhague, da qual esta versão tupiniquim é oposta e complementar.
A ressonância entre a função de onda homeopática e a função de onda neuropsicológica (a partir de Sigmund Freud e Carl Jung) sugere um paralelo entre o princípio vital presente no livro Organon (de Hahnemann) e a onda piloto da obra de Bohm; de tal modo que a memória da água possa vir a ser explicada pela universalidade da função de onda piloto, mas à luz do biocentrismo (de Lanza) vinculado à essencialidade cosmopolita do princípio vital. Ou em outras palavras, assim como o ser pensante armazena suas experiências pessoais no subconsciente ou pré-consciente, a água também memoriza suas experiências de solubilidade em dimensões biológicas frente aos seres vivos, sujeitas à ressonância mórfica de Sheldrake, ou em dimensões geográficas frente ao planeta e aos ecossistemas (também suscetíveis à ressonância mórfica), isso porque a água é o substrato da vida planetária na ressonância morfogenética de Rupert Sheldrake, à semelhança do princípio vital ser o substrato da vida universal no biocentrismo de Robert Lanza.
5) As variáveis ocultas da interpretação do Brasil:
Foi quando lecionava na Universidade de São Paulo (USP) no Brasil, no início dos anos 50 do século XX, que David Bohm elaborou sua teoria das variáveis ocultas da física quântica, que incluía a ideia da função de onda piloto inferida por Louis de Broglie. No Brasil, desde 1980, a homeopatia tem reconhecimento oficial do Conselho Federal de Medicina (CFM) sendo considerada uma especialidade médica, tanto quanto a neurologia ou a neurocirurgia e a cardiologia ou a cirurgia cardiovascular. Assim sendo, esta hipótese homeopática, vinculada à mecânica quântica, pode ser chamada de “interpretação do Brasil” em complementaridade à “interpretação de Copenhague”. As variáveis ocultas postuladas por Bohm se aplicam à homeopatia quântica, porque a dualidade entre partícula e onda nas hipóteses de Venturelli se assemelha às variáveis ocultas das ideias daquele físico norte-americano nascido na Pensilvânia em 1917 e naturalizado brasileiro em 1954.
“O modelo quântico da consciência, proposto por David Bohm, físico teórico, introduz uma visão radicalmente diferente da percepção humana. Ele sugere que o cérebro funciona como um “sintonizador”, captando informações do campo quântico subjacente, algo como uma “realidade não local” que transcende o espaço e o tempo.” – Paz, Gicélia. Física Quântica : Desvendando os Mistérios do Universo em Escala Microscópica (Portuguese Edition) (pp. 43-44). Edição do Kindle.
“Bohm sugeriu que a consciência humana poderia ser vista como um processo holográfico, no qual a mente percebe uma versão fragmentada de uma realidade que está, na verdade, interconectada e total. Ele acreditava que as partículas subatômicas, e até a consciência, são manifestações de uma ordem profunda que transcende a experiência diária.” – Paz, Gicélia. Física Quântica: Desvendando os Mistérios do Universo em Escala Microscópica (Portuguese Edition) (p. 44). Edição do Kindle.
Em termos físicos, a realidade quântica é a alternância entre o comportamento corpuscular e o comportamento ondulatório, ou seja, a dualidade entre onda e partícula surge de um revezamento dicotômico da mentalidade humana. De tal modo que, por um lado, quando se tem consciência da onda, o corpúsculo se torna a variável oculta no inconsciente; enquanto que, por outro lado, quando se tem consciência do corpúsculo, a onda se torna a variável oculta no inconsciente. Quando o estado consciente ativa o caráter ondulatório da partícula quântica, o caráter corpuscular se torna inativo no inconsciente; quando o caráter corpuscular da partícula quântica se torna ativo pelo consciente, daí o caráter ondulatório se inativa no inconsciente, isso sendo possível pela natureza eletromagnética das oscilações neurais.
A força do pensamento na mecânica quântica, que pode ser chamada de energia mental ou energia psicológica, é uma força ou energia involuntária e vital que age naturalmente, através das ondas cerebrais de natureza eletromagnética, as quais oscilações neurais atuam mudando o comportamento de onda e de corpúsculo, dos elétrons e dos íons livres, alternando os estados consciente e inconsciente referente à informação técnica de soluto e solvente, bem como de posição e momento; sendo que a consciência da posição transforma o fenômeno de ondulatório para corpuscular, enquanto que a consciência do momento transforma o fenômeno de corpuscular para ondulatório, o que explica o princípio da incerteza (de Heisenberg) e se fundamenta na assertiva de que as partículas quânticas se propagam como ondas e se detectam como corpúsculos.
“Para um paralelo com a lição da teoria atômica acerca da limitada aplicabilidade dessas idealizações costumeiras, devemos nos voltar, na verdade, para ramos bem diferentes da ciência, como a psicologia, ou até para o tipo de problemas epistemológicos com que já se confrontavam pensadores como Buda e Lao Tsé, ao tentarem harmonizar nossas posições de espectadores e atores no grande drama da vida.” – Niels Bohr; Vera Ribeiro. Física atômica e conhecimento humano (Portuguese Edition) (Locais do Kindle 410-413). Contraponto. Edição do Kindle.
Durante a prescrição medicamentosa, quando o médico concentra sua consciência na indicação do princípio ativo, o qual nada mais é do que o soluto, então o solvente se torna a variável oculta no inconsciente; porém, quando o médico foca seu pensamento consciente na indicação das potências homeopáticas referentes às dinamizações e diluições, que traduzem a quantidade de solvente, daí o soluto se torna a varável oculta no inconsciente, apesar de tais alternâncias entre o estado consciente e inconsciente do aparato psicológico ou neurológico virem a se revezar em pequenas frações de segundo, sendo o princípio vital precedente à energia vital. As variações nas frequências das ondas cerebrais, conforme as alternâncias entre consciente e inconsciente, intercalam as modificações funcionais específicas nas moléculas da solução, em virtude desse revezamento das oscilações neurais originadas pelo princípio vital e propagadas pela energia vital.
6) Neuropsicologia da homeopatia quântica:
O aparato psicológico é imaginário enquanto que o aparato neurológico é real, sendo que tal duplicidade dialética é expressa pela geminação dos números complexos. A existência é real e a inexistência é imaginária, mas a vida se vale de ambas; a realidade é de natureza neurológica, a imaginação é de natureza psicológica e as duas são de natureza vital. O princípio vital tem uma conotação mais psicológica, embora não exclusiva; enquanto que a energia vital tem uma conotação mais neurológica, apesar de não exclusiva, então a expressão “energia psicológica” tem um significado tipicamente neuropsicológico. Por um lado, quando o solvente é real, o soluto é imaginário. Por outro lado, quando o solvente é imaginário, o soluto é real. Nas soluções homeopáticas, em virtude da memória da água e do entrelaçamento entre o disperso e o dispergente, o solvente intrínseco é o soluto extrínseco, do mesmo modo que o soluto intrínseco é o solvente extrínseco.
O conhecimento homeopático, do mesmo modo que todos os outros conhecimentos, sejam técnicos ou culturais, são armazenados substancialmente no estado pré-consciente ou subconsciente, sendo que a informação homeopática consolidada engloba pelo menos a química das misturas, a matemática das potências decimais e centesimais, bem como a farmacologia das substâncias, e a medicina da clínica geral e pediatria. Portanto, ao se fazer a analogia entre bits quânticos e estados homeopáticos, quais sejam, os qubits homeopáticos, decorre disso o entendimento da importância de se ter uma bagagem de aprendizagem enraizada em matemática, física, química, biologia e medicina, quer dizer, a interface neuropsíquica dos bits quânticos exige um embasamento teórico e prático inerente ao estado pré-consciente ou subconsciente.
7) A matemática imaginária da mecânica quântica:
A matemática dos números complexos na mecânica quântica representa a abstração de natureza psicológica e a realidade de natureza neurológica, o que indica dois estados alternantes do consciente e dois estados alternantes do inconsciente, no entanto, o conteúdo psicológico e o conteúdo neurológico se entrelaçam quanticamente no estado pré-consciente ou subconsciente. A alternância entre consciente e inconsciente produz a alternância entre partícula e onda, e entre posição e momento, além disso, a rotatividade ou oscilação manifestada no pré-consciente promove conjuntamente a alternância entre imaginação e realidade. De tal sorte que o estado pré-consciente ou subconsciente seja um domínio do princípio vital o qual se propaga pela energia vital.
O princípio vital proposto por Bordeu, Barthez e Hahnemann, pode ser chamado de essência vital ou de elã vital (Henri Bergson) ou ainda, como disse Schrödinger, citando Aristóteles em seu livro “O que é Vida?”, o princípio vital pode ser denominado também de enteléquia; embora possa inclusive ser designado por ápeiron, lembrando de Anaximandro, mas de qualquer modo, desde que seja entendido enquanto uma função de onda que sobreponha o aparato psicológico e o aparato neurológico em uma combinação linear, e em cada caso, que mescle ou interponha também o estado consciente e o estado inconsciente. Então, admitida a essência vital na mecânica quântica biocêntrica, a combinação linear entre consciente e inconsciente haverá de ser a natureza subconsciente ou pré-consciente do princípio vital, que pode ser psicológica ou neurológica, enquanto que a combinação linear entre psicologia e neurologia virá a ser a natureza neuropsicológica da enteléquia ou do elã vital (ou, ainda, do ápeiron).
8) Transformações do observador consciente:
Seja “A” a matriz da transformação linear referente à observação consciente do médico homeopata…
8.1) Colapso da função de onda da solução resultando no solvente:
A |ψ⟩ = |x⟩
Onde: A = matriz canônica da transformação linear; |ψ⟩ = função de onda da solução; |x⟩ = vetor de estado do solvente (*).
* Os componentes de |x⟩ são |x1⟩ e |x2⟩
Onde: |x1⟩ = solvente real (com soluto imaginário); |x2⟩ = solvente imaginário (com soluto real).
8.2) Colapso da função de onda da solução resultando no soluto:
A |ψ⟩ = |y⟩
Onde: A = matriz canônica da transformação linear; |ψ⟩ = função de onda da solução; |y⟩ = vetor de estado do soluto (*).
* Os componentes de |y⟩ são |y1⟩ e |y2⟩
Onde: |y1⟩ = soluto real (com solvente imaginário); |y2⟩ = soluto imaginário (com solvente real).
9) Detalhamento da versão homeopática da equação de Schrödinger:
As propriedades quânticas das soluções homeopáticas permitem que as mesmas sejam expressas pelos princípios gerais da mecânica quântica e pelo seu formalismo matemático, particularmente, na manifestação da função de onda…
H Ψ = E Ψ
Onde: H = operador linear da solução, de natureza neuropsicológica; Ψ = função de onda da solução em ressonância ao pré-consciente do médico (no primeiro fator da equação*) e vetor de estado do soluto ressonante ao pré-consciente do paciente (no segundo fator da equação*); E = observável clínico do soluto, de natureza neurológica (real).
* A função de onda da solução (que pode ser chamada de vetor de estado da solução) tem a mesma direção do vetor de estado do soluto (que pode ser chamado de função de onda do soluto) e, portanto, ambos representam o mesmo estado quântico. No entanto, seus sentidos são opostos, pois a função de onda da solução é um vetor aferente (de entrada) em relação ao paciente, mas é um vetor eferente (de saída) em relação ao médico; o mesmo ocorre com o vetor de estado do soluto, o qual é um vetor aferente (de entrada) em relação ao médico que observa o resultado clínico, mas é um vetor eferente (de saída) em relação ao paciente, o qual apresenta exteriorizada a melhora clínica.
10) Função de onda quântica da homeopatia:
Assim como na mecânica quântica há uma dualidade entre partícula e onda, na qual os estados quânticos podem estar em superposição, da mesma forma na homeopatia o princípio ativo pode ser encontrado como um soluto particular ou uma onda na solução…
|ψ⟩ = α|0⟩ + β|1⟩
Onde: |ψ⟩ = função de onda da solução homeopática (*); |0⟩ = vetor de estado do solvente; |1⟩ = vetor de estado do soluto; α e β = números complexos dos escalares, cada qual com um componente real e um componente imaginário.
* A função de onda da solução transmite informações referentes ao princípio ativo, à semelhança de bits quânticos ou qubits, pela memória do médico em sinergia de ressonância mórfica com a memória da água.